segunda-feira, 21 de maio de 2012

21/05 >>> Review: Infected Mushroom - Army of Mushrooms

Novo disco dos israelenses vem acompanhado de espetáculo audiovisual em 3D e promoção de artwork. Mas música que é bom, ficou devendo.



Falar de Infected Mushroom é uma tarefa muito difícil. Por mais de uma década, eles foram a referência maior do psytrance, e sem dúvidas os produtores e compositores mais talentosos que já passaram pelo estilo até hoje. Foram também o projeto da cena que foi mais longe no que diz respeito à popularidade, alcançando vendas, gigs e reconhecimento mundial invejado por muitos projetos semelhantes, o que lhes rendeu o 9º lugar no Top100 da DJ Mag em 2007.

E para nós, do Psicodelia, é especialmente difícil, já que foram eles uma das inspirações, há muitos anos atrás, para a criação do nosso simpático mascote que você vê ali na logo.


Pois bem, eis que neste mês eles lançaram seu 8º álbum de estúdio, Army of Mushrooms, pela Dim Mak. Lançar algo pela gravadora de Steve Aoki já é, por si só, de dar calafrios, mas OK, vamos atrás das músicas para conferir. Ao abrir o Beatport, o segundo choque: 3 músicas classificadas como electro house, 4 como dubstep e até mesmo uma como drum n' bass e outra como glitch hop!

Ah, tem 4 psytrances também, mas a essa altura os cabelos já estavam em pé, e a sensação de que seriam os 12 dólares mais mal-gastos do ano começou a tomar conta. Mas OK, baixamos todas as tracks e começamos a pesquisar sobre o álbum - e vamos começar o review com esta parte, que merece muitos elogios.




PROMOÇÃO - DESENHE O POSTER DA TOUR THE UNVEILING

Junto com o álbum, foi lançada uma promoção para designers criarem o poster oficial da tour. Os prêmios incluem dinheiro (250 dólares), ingressos para um show do Infected, o poster litografado em três versões, sendo uma delas autografadas por Duvdev e Eissen, e a visibilidade global para o trabalho. Uma pena que o prazo para inscrição tenha sido curto (encerrou dia 15 de maio), mas ainda dá pra votar na favorita até semana que vem. A votação pública não será usada oficialmente, mas ainda assim ganhará visibilidade e alguns kits da Dim Mak e do IM. Todos os detalhes no site da Talent House.



SHOW ÁUDIO-VISUAL EM 3D

Na semana passada, os israelenses soltaram o segundo teaser da nova tour, que como você viu acima, se chamará The Unveiling. E com ele, uma surpresa: um palco próprio no melhor estilo Deadmau5 de ser, com efeitos visuais tridimensionais que irão interagir com o show. Se for como no video abaixo, ponto para a dupla!




O ÁLBUM

E agora vamos para a parte mais triste do lançamento: as músicas. Infelizmente a incursão do Infected por variados estilos acabou gerando um álbum que mais parece uma fusão de Felguk com Skrillex (pegando o lado ruim de ambos).

Os dubsteps são sofríveis e claramente produzidos por alguém que não vive o estilo - já tinhamos percebido isso com o single de U R So Fucked, lançado alguns meses atrás. Para facilitar a compreensão, é a mesma coisa que aconteceu quando ex-psytrancers resolveram que sabiam fazer techno ou prog house: não adianta, salvo raras exceções, o resultado soa como uma mistura ruim do estilo em questão com o psy. Pra não dizer que o dubstep deles é um completo desastre, a melodia de Wanted To até que se salva - mas o wobo wobo artificial acaba com tudo.

Os electro houses tentam seguir a linha do Felguk - mas não conseguem nem isso. Assim como nos dubsteps, parece que pegaram um psytrance, reduziram o pitch, enfiaram meia dúzia de timbres de electro ali e lançaram. Mais uma vez: não sou fã de electro, mas essas músicas não agradariam nem o mais ardiloso adorador da linha. O drum n' bass, bem, é uma música do Foo Fighters remixada em drum n' bass pelo Infected Mushroom. Preciso dizer mais alguma coisa? Acho que não né?

O glitch hop (The Messenger 2012) é a novidade boa: música extensa (mais de 10 minutos) extremamente viajante e com total cara de Infected Mushroom. Em alguns momentos ela lembra a ótima Heavyweight, do Vicious Delicious (2007) - vale ouvir. E os psytrances, bem... Infelizmente foram fortemente influenciados pela pegada Dim Mak do resto do álbum - alguns você até se pergunta se é realmente psytrance, ou um electro com BPM alto. Se for pra separar um que seja legalzinho, sugiro que fiquem com Drum n Bassa.

Enfim, Army of Mushrooms é uma decepção. Decepção tão grande, que deu até saudades do Infected Mushroom tocando rock com uma banda. Merece uma estrelinha apenas - pelas duas músicas boas e pelo audio-visual.


Fonte: Psicodelia

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