terça-feira, 26 de julho de 2011

26/07 >>> Las Vegas é a nova capital da música eletrônica



Apoteose Sueca no Electronic Daisy, em Las Vegas
"Las Vegas despertou para a ideia de que, para os jovens de hoje, não é o girar da roleta que importa, mas o girar dos discos do DJ. Esses DJs estão fechando contratos de exclusividade, como fizeram em Ibiza nos anos 90. A nova corrida do ouro é dance music”, disse outro dia Nick Stevenson, editor-assistente da Mixmaginglesa.
Hoje, há fortes argumentos para apontar Las Vegas como a nova capital da música eletrônica.
Eis alguns, conforme apareceram numa matéria recente do Guardian sobre a conferência International Music Summit, que rolou em Ibiza em maio.

















- Pete Tong vai começar uma residência no Encore Beach Club, clube com três piscinas;

Encore Beach Club
- Deadmau5 e Kaskade também são atrações regulares do mesmo Encore Beach Club. Recentemente, o cabeça de rato teria ganho um cachê de quase R$ 400 mil por uma apresentação;
- Tiesto virou residente do Hard Rock Cafe;
Hotel MGM Grand
- E ele, claro… David Guetta levou suas festas Fuck Me I’m Famous para a piscina do Wet Republic, no hotel MGM Grand.
QUE FASE…
Las Vegas tem tudo a ver com a vibe “Fuck Me I’m Famous” que impregnou a música eletrônica de uns anos pra cá.
Para muita gente, “festa de música eletrônica” hoje em dia exala perfume caro, as grifes “certas”, champanhe com fogos de artifício. É um meio (cena? Mercado?) onde aparência e exclusividade viraram valores fundamentais. Essa fatia da música eletrônica virou a antítese do seu passado, embalado por conexões espirituais com a música, idealismo e inclusão.
A disco music passou por isso. Surgiu de noites suarentas e fraternas como The Loft e The Gallery e foi dar na orgia de glamour e exibicionismo do Studio 54.
O mais esquisito é ver ideias e conceitos antigos das raves e clubes serem reciclados para o público de hoje como parte do “produto” e não como comportamento espontâneo. Viraram símbolos sem essência. Guetta é o mestre nisso, com sua conversa de “Can you feel the love?” (e o coraçãozinho feito com a mão) e seu reuso de sonoridades dos anos 90.
Por exemplo, olha a reciclagem que Guetta fez de “Don’t You Want Me”, do Felix, de 92, para uma faixa do Snoop Dogg.



E é este o contexto que permite que o posto de “capital da música eletrônica”, que já pertenceu a Nova York, Chicago, Londres, Paris, Berlim e Ibiza, seja hoje de Las Vegas.
Cada fase tem a capital que merece, né não?


Fonte: bate estaca / Camilo Rocha
Fotos: Google

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