Ao que tudo indica, a associação entre conhecimentos musicais duvidosos e beleza inegável parece também ter começado a ganhar terreno entre as mulheres. Porém, de uma forma bem mais perversa. Um amigo me mandou dia desses a seguinte notícia: “Agências apostam no nicho das DJs gostosonas”. São as “DJanes”, apelido engraçadinho para garotas que não estão fazendo sucesso por sua set-list empolgante ou por sua personalidade na hora de tocar.
Female Angels |
As moças acabam de chegar de um tour pela América Latina, onde fizeram shows para 40 mil pessoas. A multidão compareceu em peso para ver sua “explosão de sensualidade, técnica e sincronismo” – nas palavras da assessoria de imprensa do grupo. O resultado? Além de fama, sucesso e dinheiro, foram convidadas para participar reality show The Next Cover Girl, na Mansão Playboy, no México, onde “deram dicas de discotecagem às playmates”.
Parece um caminho óbvio quando o que importa é o corpo, e não a música. Eu tenderia a dizer que isso se agrava quando estamos falando de mulheres com roupas minúsculas rebolando em cima de um palco, mas ao que tudo indica isso também ocorre com homens – vide o caso de Jesus Luz. Em poucas palavras, trata-se da apropriação de uma profissão pela indústria da fama, em que quem está fazendo um trabalho sério, competente e inovador não se destaca tanto quanto aqueles rostinhos conhecidos. Ou, no caso das DJanes, daquelas que aceitam situações de extrema exposição para alcançar o paraíso midiático – vulgo Ilha de Caras.
Se talento passasse por osmose, Jesus Luz seria, no mínimo, um DJ criativo e potente, tal como sua namorada.
Reportagem: Claudia Assef/Estadão
Fotos: Google
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