sexta-feira, 15 de abril de 2011

15/04 >>> Quem disse que DJ precisa saber tocar?

Dizem as más línguas que Jesus Luz é ruim nas pick-ups. Mas isso não é um impeditivo para que o modelo-DJ seja convidado a tocar nas festas mais baladas do país, cobrando um cachê bem maior que o seu salário. Alçado para a fama graças ao namoro com Madonna, o brasileiro costuma aparecer na noite de óculos escuros, dar alguns sorrisos escancarados e mexer as mãos como um maestro, coordenando a multidão nas pistas de dança.

Ao que tudo indica, a associação entre conhecimentos musicais duvidosos e beleza inegável parece também ter começado a ganhar terreno entre as mulheres. Porém, de uma forma bem mais perversa. Um amigo me mandou dia desses a seguinte notícia: “Agências apostam no nicho das DJs gostosonas”. São as “DJanes”, apelido engraçadinho para garotas que não estão fazendo sucesso por sua set-list empolgante ou por sua personalidade na hora de tocar.


Female Angels
De acordo com a jornalista e DJ Claudia Assef, autora da matéria, esse é o caso das Female Angels, “grupo de DJs boazudas arquitetado pelo empresário Gabriel Rossato, da agência Play, uma das mais ativas neste mercado de DJs, digamos, com um ‘plus’ a mais”.

A
s moças acabam de chegar de um tour pela América Latina, onde fizeram shows para 40 mil pessoas. A multidão compareceu em peso para ver sua “explosão de sensualidade, técnica e sincronismo” – nas palavras da assessoria de imprensa do grupo. O resultado? Além de fama, sucesso e dinheiro, foram convidadas para participar reality show The Next Cover Girl, na Mansão Playboy, no México, onde “deram dicas de discotecagem às playmates”.

Parece um caminho óbvio quando o que importa é o corpo, e não a música. Eu tenderia a dizer que isso se agrava quando estamos falando de mulheres com roupas minúsculas rebolando em cima de um palco, mas ao que tudo indica isso também ocorre com homens – vide o caso de Jesus Luz. Em poucas palavras, trata-se da apropriação de uma profissão pela indústria da fama, em que quem está fazendo um trabalho sério, competente e inovador não se destaca tanto quanto aqueles rostinhos conhecidos. Ou, no caso das DJanes, daquelas que aceitam situações de extrema exposição para alcançar o paraíso midiático – vulgo Ilha de Caras.


Se talento passasse por osmose, Jesus Luz seria, no mínimo, um DJ criativo e potente, tal como sua namorada.



Reportagem: Claudia Assef/Estadão
Fotos: Google

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