quarta-feira, 13 de abril de 2011

13/04 >>> Regulamentação da Profissão DJ

DJ Marcelinho da Lua: "100% a favor" da regulamentação
PROFISSÃO DJS – A luta para conquistar a regulamentação da profissão dos DJs ganhou nova força com o novo projeto de lei criado pelo senador Paulo Paim, após o presidente Lula ter derrubada a antiga proposta no final do ano passado (2010), que havia sido criada pelo também senador Romeu Tuma.

Uma aliança entre o Sindicato dos DJs e Profissionais de Cabine de Som do Estado de São Paulo (Sindesc), o Sindicato dos DJs do Rio Grande do Sul (SINDJRS) e algumas lideranças do Rio de Janeiro tentam fazer com que a lei de regulamentação da profissão seja aprovada até abril.
Para Tibor Yuzo, presidente do Sindesc em São Paulo, em entrevista realizada ao Rio Music Conference diz que é possível, através da sanção da lei, proporcionar benefícios reais para a categoria dos DJs. Já Fernando de Conto, presidente do SINDJRS, acredita que o mais importante é o reconhecimento da atividade como profissão.

O DJ está em toda parte hoje: nas bandas de rock, no Big Brother, nas academias e em festas corporativas. Essa atividade agora está prestes a ser reconhecida como profissão pelo Ministério do Trabalho, depois de anos habitando uma zona cinza entre "músico" e "técnico de som".

Dois projetos de lei tramitam no Congresso Nacional. O mais antigo é do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) e representa DJs ligados a uma associação carioca, a DiscoteRJ. O segundo está no Senado e é de autoria do senador Romeu Tuma (DEM-SP), que abraçou a causa a pedido do Sindecs, um sindicato não-oficial dos "profissionais da cabine de som" de São Paulo. Segundo os projetos, para se apresentar, um DJ terá que ser registrado em sindicato e provar que é capaz de exercer a atividade através de teste ou provando carreira estabelecida.

DJ Feio, um dos organizadores da XXXPerience, uma das festas eletrônicas mais bem-sucedidas do país, se declara "100% a favor". O carioca Marcelinho da Lua também aprova, dizendo que ele trará "responsabilidade para os DJs".

Já o DJ Jota Wagner, de São Paulo, que comanda o núcleo de house underground Colors, não gosta da idéia de obrigar as casas noturnas a só contratar DJs associados. "Se essa coisa existisse há dez anos, era capaz de eu nunca conseguir tocar em uma festa." O DJ Grego, lenda-viva das pick-ups brasileiras, na ativa desde os anos 70, acha que "o DJ é artista e não se pode designar piso salarial para artista."

Para Sérgio Bandeira, porta-voz da mobilização no Rio, a regulamentação não é pensada nos DJs "artistas" e sim nos DJs que trabalham fixo em casas noturnas, ganhando pouco, sem registro em carteira nem aposentadoria. "Os DJs que são artistas, como Marlboro, não estão nem aí pro movimento, eles estão preocupados com seus cachês. O projeto vai ajudar os 98% que não se encaixam nisso, que batalham no dia-a-dia."

E os famosos DJs "celebridade"? Caras de banda ou atores dando uma canja nas pick-ups? "Isso vai acabar. Se o cara quiser se apresentar como DJ terá que se regularizar", garante Sérgio, que trabalha na Secretaria Estadual de Trabalho e Renda do Rio de Janeiro. Luiz Fernando Almeida, da agência de DJs Superbacana (com nomes como Bo$$ In Drama e Magal no seu elenco), questiona a obrigatoriedade da filiação ao sindicato e os eventuais encargos que viriam disso. "Oferecer essa opção é uma coisa. Tornar isto obrigatório é que não vale a pena." O senador Romeu Tuma pede uma audiência pública para se chegar a um denominador comum. "Vamos discutir, convocar DJs, se precisar mudar alguma coisa, a gente muda."

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